DICAS DA SEMANA

terça-feira, 17 de novembro de 2015

A verdadeira Justiça



Justiça é uma palavra gasta hodiernamente. É comum se fazer chacota do símbolo que a representa – uma mulher com uma balança na mão esquerda, com uma espada na mão direita, com os olhos vendados pisando numa cobra.



A simbologia denota equilíbrio e igualdade de decisão, sem que haja tendência para “a” nem para “b” (balança); indica força e coragem para aplicar a lei (espada), imparcialidade, pois todos são iguais perante a lei. Assim, a justiça deve aplicar a sentença sem “enxergar” o beneficiado, pois sua função é ser justa (olhos vendados) e por isso que aparece esmagando a cabeça da serpente. Se porém aqui na Terra está desacreditada, há



A VERDADEIRA JUSTIÇA




O termo justiça já se banalizou a ponto de se usar o trocadilho: “a justiça é cega!”, insinuando que não enxerga de fato, pois comumente “erra” pendendo a balança para as conveniências, pesando a espada contra o menos favorecidos e fazendo “vistas grossas” para os delitos dos poderosos, esquecendo-se da recomendação do grande Mestre Jesus[1].

Quanto mais o tempo passa, mais o senso de justiça se perde, a injustiça se incorpora e a aceitamos sem nos darmos conta dessa assimilação cultural. Todos os dias lemos, vemos e ouvimos o ecoar da inversão de valores, produzindo uma legião de “justiceiros” que, cansados de esperar pelas autoridades constituídas, fazem “justiça com as próprias mãos” usando a lei de Hamurábi.

Diante do quadro de alto índice de corrupção, violência, injustiça e impunidade ao longo da História, inclusive na própria igreja de Deus, a mente humana tem certa dificuldade em entender o que vem a ser justiça, e, de certa forma, é “impedida” de alcançar sua definição na essência e de compreender o verdadeiro sentido desse termo em sua plenitude.

Como chegar a um denominador comum se a mente humana é limitada? Como conceber um Deus totalmente justo se o Homem, como ser falho, tem sido incapaz de fazer justiça? Como entender esse atributo divino se “não há palavra que traduza” seu verdadeiro significado?

Na verdade, somente pela fé é possível ter noção do que representa JUSTIÇA. Não há vocábulos que a expliquem, muito menos que a traduzam. Os próprios tradutores das Escrituras admitem a dificuldade em encontram palavras para definir justiça, mas optaram por: tsedeq e tsedãqãh[2].

As traduções mais antigas fundamentam sua compreensão na Septuaginta com a tradução dikaiosune (“justiça”) e Vulgata iustitia (“justiça”). Nessas traduções, a relação legal dos seres humanos é transferida a Deus em sentido absoluto na função de Legislador e com as perfeições da “justiça” e retidão.
Os exegetas têm gastado muita tinta no esforço de entender contextualmente as palavras tsedeq e tsedãqãh. (VINE et al, 2009, p. 163, grifo nosso).

Essa traduções usam o termo “sentido absoluto” para designar a justiça divina, ou melhor, adaptam o significado legalista da palavra justiça e a transferem para a função do Legislador. Isso indica que a justiça divina está descrita no sentido lato da palavra, ou seja, no seu mais alto grau de abrangência, de uma feita que a legislação aplicada por Deus é perfeita, pois Ele julga com retidão e sem falha.

[...] o conceito de justiça, nos dias de hoje, não tem muito a ver com o que a Bíblia quer dizer sobre esse tema. Enquanto praticamos uma justiça forense, isto é, de tribunais, a Bíblia revela uma justiça pastoral. Enquanto vemos a justiça caracterizada pelas togas e martelos, a Bíblia revela uma justiça distinguida pelo cajado do pastor [...] Enquanto nós temos uma justiça baseada em códigos de leis, a Bíblia mostra uma justiça fundamentada no amor, na bondade, na compaixão e na busca da integridade de vida para todos (SIQUEIRA apud FATAP, 2009, p. 97).

A língua é dinâmica e certas palavras se “perdem” no tempo; o que ontem tinha um significado, hoje pode ter outro e assim elas evoluem... O mundo progrediu, o desenvolvimento chegou muito rápido; com as mudanças, justiça passou a ser sinônimo de “dureza”, esse sentido forense nos limita a concebê-la apenas como “peso da lei” que envolve a razão não a emoção.

Assim, retomando o símbolo da justiça, podemos dizer que Deus é a balança perfeita que não pende para um lado nem para outro; a espada que faz cumprir sua Palavra; e a venda que manifesta a plenitude de Seu poder e de toda a Sua justiça[3].

O Homem mortal tende ao favoritismo e, comumente, “passa a mão na cabeça” dos que lhe são mais chegados e segundo os interesses que lhes convêm, mas Deus é totalmente justo, por isso “sempre age segundo o que é justo, e que ele mesmo é parâmetro definitivo do que é justo” (GRUDEM, 2009, p. 150). Ele é o espelho no qual devemos nos mirar.

Por mais que não consigamos explicar o conceito de justiça, nossos corações o aceitam, sendo solidificado em nossas mentes como verdade inquestionável. Embora não tenhamos como traduzir esse atributo divino e sintamos dificuldade em entender sua essência, sejamos gratos porque Ele é totalmente justo e perfeito para aplicar Sua justiça sobre o universo e nos ensinar, por meio de suas ações o que é a verdadeira justiça.










REFERÊNCIAS
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo de Genebra. Tradução Revista e Atualizada de João Ferreira de Almeida. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.

FATAP. Teologia Sistemática – A formação da Bíblia e a Doutrina de Deus. São Paulo: Gráfica e Editora A Voz do Cenáculo, 2009.

GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. São Paulo: Vida Nova, 2009.

VINE W E, UNGER, Merril e WHITE JR, William. Dicionário Vine – O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento. 11 ed. Tradução de Luís Aron de Macedo. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.










[1] Mateus 6.3
[2] O termo que designa justiça na Bíblia Sagrada, no Antigo Testamento, é tsedeq e tsedãqãh; este usado pela primeira vez em Gênesis 15.6, e aquele, em Levítico 19.15. No Novo Testamento, é usada a palavra dikaios, encontrada em Mateus 20.4,7, Lucas 12.57... (VINE et al, 2009, p. 162-163 e 567-568). 
[3] Mateus 5.45

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Quando me amei de verdade...



Nossa criação é fundamental na construção da Autoestima e do nosso Caráter.

Uma pessoa com baixa autoestima tem seu caráter enfraquecido por atitudes que a destroem aos poucos por dentro e a fazem se submeter até a humilhações para obter reconhecimento, pois como não ama a si mesma, mendiga por amor alheio.

Refletindo sobre isso, encontrei um texto interessantíssimo cuja autoria era dada equivocadamente a Charlie Chaplin, mas a verdadeira autora é Kim McMillen que fala sobre amor próprio.


   
QUANDO ME AMEI DE VERDADE

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome… Autoestima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é… Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de… Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é… Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável… Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama… Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é… Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei menos vezes. Hoje descobri a… Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é… Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é… Saber viver!!!


  

Que saibamos educar nossos pequenos a fim de que possam ter um caráter firme e se amem, entendendo que a essência da vida é compreender sentido da nossa passagem aqui na Terra e isso só é possível quando aprendemos primeiro a nos amar de verdade!