Um dias desses alguém me confidenciou que se sentia um PARALELO em relação à pessoa amada, aí imaginei que isso daria um bom artigo.
Hoje, revendo meus arquivos me deparei
com este texto por fazer. Pensei em quantas situações passamos e nos sentimos assim: são momentos
agradáveis e desagradáveis com os quais nos adaptamos, mas é interessante os
vieses que a vida traça para nós nos muitos dos seus...
Paralelos
Tua boca só não me diz aquilo que eu
gostaria de ouvir. Teus lábios me desejam, mas ao invés de sucumbi-los de
beijos, acalantam minhas noites com canções que não me deixam dormir.
Teu corpo suspira por se aquecer no meu,
todavia não há nenhum vestígio de que possamos ocupar o mesmo espaço (essa verdade
física nos define muito bem). Estamos delimitados e fadados a continuar nessa
caminhada em eternos desencontros que me fazem perder o sono e a vontade de
viver.
Procuro em vão explicação para esse
fenômeno que invadiu nossas vidas e vaticinou nosso destino. Mas a vida
continua e nos mantemos simultâneos em canais diferentes, seguindo na mesma
direção e no mesmo caminho, porém me abato, sofro e desfaleço porque não conseguimos
nos encontrar em ponto algum.
Tudo isso me intriga e me leva a
questionar: se somos análogos, como explicar essa nossa infinita vontade de ser
um e continuarmos sendo apenas dois? Como compreender que seguimos na mesma
estrada e nela não há nenhum cruzamento, nem mesmo uma encruzilhada para um
ponto de encontro?
Somos mesmo dois paralelos: estamos no
mesmo plano, mantemos a mesma distância, mas infelizmente em nenhum momento nossas
vidas podem se cruzar. Na verdade, somos os imaginários círculos geográficos que
só existem nessa nossa mente de amantes.
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